Na Farmácia Galvão, centro de conversa e de jogos de xadrez em Arganil, além do médico municipal, juntam-se o advogado e notário Augusto Coimbra, de fino sentido de humor, o professor primário Lopes da Costa, místico da vida e que dirigirá A Comarca de Arganil, o ocioso e emblemático tesoureiro da câmara Abel Perdigão, que chega a pagar a outro para lhe desempenhar as funções, o tão sarcástico como melindroso Ventura da Câmara, licenciado em Direito e antigo secretário da Academia de Belas Artes de Lisboa, dono de uma boa colecção que tinha na sua Quinta do Mosteiro, junto a Folques.
Àquela tertúlia de botica, juntavam-se ainda o ex-escrivão Frederico Simões, o conservador do registo predial João Vale, o oficial da mesma repartição, António Mendonça, os jovens advogados Eduardo Ralha e Marcelo Matias. Mais raras seriam as presenças do mestre-escola do Sarzedo, José de Almeida Teixeira, e do excêntrico matemático de Coja, António Carlos Cardoso. Em tempo de férias, também surgiam os universitários da terra, como Abel de Almeida, Albano Nogueira, Jaime Teixeira, Amândio Rodrigues, Adelino Matias Galvão, António dos Santos Fernandes. Até o irmão da professora Arminda Sanches, ali colocada a leccionar, que dava pelo nome de… Marcello Caetano!