Filomena Alina Sanches de Frias, filha do Visconde de Sanches Frias, nasceu a 15 de Junho de 1873, no Pará – Brasil de onde veio de tenra idade com seus pais e faleceu em Arganil no dia 25 de Julho de 1952.
Faleceu sem deixar descendência, terminando aqui o título de Visconde concedido a seu pai pelo rei D. Luis, em duas vidas.
Figura importante da sociedade arganilense da primeira metade do século XX,Filomena Alina parece ter herdado de sua mãe D. Maria Joana Carreira de Abreu Guerra, as tendências artísticas como pianista e pintora, mas a sensibilidade artística certamente que também a herdou de seu pai o Visconde de Sanches Frias que deixou uma interessante obra no campo das letras.
Alina era uma figura simples e tímida que viveu na penumbra, fora da vida social onde seu pai se integrou.
Segundo escreve D. Arminda Sanches em artigo publicado na Comarca de Arganil de 1952 a propósito da sua morte, Alina era uma mulher profundamente religiosa, detentora de brilhantes dotes de espírito e uma conduta irrepreensível no contacto com os que a rodeavam.
A sua vida reservada e modesta não dava a perceber a bondade com que cuidava de pobres doentes a quem enviava remédios e outros apoios importantes para quem tem muito pouco.
A sua educação decorreu em Lisboa e desde muito cedo Alina deu a conhecer a sua paixão pela pintura e pela música.
Órfã desde muito cedo foi a companheira de seu pai tendo colaborado com ele, tanto na revisão de textos, como na ilustração de algumas das suas obras, tendo recebido referências elogiosas de personalidades como o Visconde Júlio de Castillo, também desenhador.
Após a morte de seu pai casou com o Dr. Augusto Coimbra, passando a residir em Arganil onde viveu até à morte.
Alina, como já se disse, desenvolveu desde muito cedo o gosto pela música tendo participado como pianista participado em vários concertos, em festas religiosas e profanas, muito aplaudidos, como escreve D. Arminda Sanches no artigo já citado.
Como pintora deixou uma obra muito interessante de pintura e desenho.
Na capela octogonal da Póvoa da Rainha Santa (Pombeiro da Beira) existem pinturas de sua autoria.
Já no final da sua vida ofereceu à Câmara Municipal de Arganil alguns dos seus quadros a óleo, aguarelas e desenhos, que aqui se reproduzem, os leques, pintados por si e o seu piano de cauda.
Filomena Alina foi sem dúvida uma das personalidades deste concelho de Arganil que merece destaque pelo seu valor como artista e como pessoa.