Biografia

Adolfo Correia da Rocha, nasce a 12 de Agosto de 1907, em S. Martinho de Anta, uma pequena aldeia em Trás-os-Montes, filho de Pais lavradores. Em 1913 começa a Escola Primária;

1917 – O facto de ter concluído a 4ª classe com distinção, leva o pai a pensar que o seu futuro não poderia ser a enxada;
1917 – Vai para o Porto supostamente trabalhar num escritório, mas acaba a servir em casa de uma família. A sua rebeldia começa a manifestar-se. É também aqui que começam as primeiras leituras que o irão influenciar: Irmãos Grimm, Fábulas de La Fontaine, Hans Christian Andersen;
1918 – Com a ajuda do prior da aldeia, vai para o Seminário de Lamego, onde permanece um ano;
1919 – Nas Férias de Verão decide não voltar ao seminário;
1920 – Sentindo que em Portugal não tinha futuro, os pais aconselham-no a partir para o Brasil, onde o espera o tio paterno;
1924 – O tio manda-o estudar para o Ginásio de Leopondina;
1925 – Regressa a Portugal com os tios;
1925 – Vai para um colégio em Coimbra, onde faz o liceu em três épocas, contando sempre com a ajuda económica do tio; Continua a escrever agora admirando especialmente Antero de Quental;
1928 – Inicia o curso de Medicina em Coimbra;
1929 – Participa nos meios literários em especial no grupo da Revista Presença. Aí publica “Balada da Morgue”;
1928 – Publica o primeiro livro de versos «Ansiedade» que posteriormente retira das livrarias, considerando-o “uma pobre colectânea de sonetos e canções”;
1930 – Corta, por carta aberta, com a «Presença». Acompanham-no Edmundo de Bettencourt e Branquinho da Fonseca;
1930 – Com Branquinho da Fonseca funda a revista «Sinal», que terá apenas um número; Publica Rampa, outro livro de Versos;
1931 – É publicado o terceiro livro de versos «Tributo» e o primeiro livro em prosa «Pão Ázimo»;
1932 – Publica «Abismo», poesia;
1933 – Conclui a licenciatura em Medicina e começa a exercê-la na sua terra natal;
1934 – Vai exercer medicina para Vila Nova a 30 Km de Coimbra, onde se desloca todas as semanas para contactar os amigos e ir às livrarias;
1934 – Publica o segundo livro de poesia «A Terceira Voz», onde pela 1º vez assina Miguel Torga em homenagem a Molinos, Cervantes e Unamuno;
1936 – Publica «O Outro Livro de Job»; Com Albano Nogueira funda a revista Manifesto, que terá apenas 5 números;
1937 – Viaja até França, Itália , Bélgica, passando pela Espanha franquista;
1937 – Publica a « Criação do Mundo  – Primeiro e Segundo Dia »;
1938 – Publica «Criação do Mundo – Terceiro Dia»; Especializa-se em otorrinolaringologia;
1939 – Começa a exercer em Leiria como otorrinolaringologista; 1939 – Publica «Criação do Mundo – Quarto Dia»;
1940 – Sai da cadeia do Aljube;
1940 – Casa com a belga Andrée Cabrée que lhe fora apresentada por Vitorino Nemésio; Começa a viajar por Portugal; Publica «Os Bichos»;
1941 – Abre em Coimbra, no Largo da Portagem, o seu consultório de Otorrinolaringologista, que ocupará quase até ao final da sua vida; Publica «Contos da Montanha» apreendido pela pide; Publica a conferência «Um Reino maravilhoso»; Publica o primeiro volume do «Diário»; Publica «Terra Firme» e «Mar», duas peças de Teatro;
1942 – Publica o quarto volume do Diário; Publica Paraíso (Teatro);
1943 – Publica «Lamentação» (poesia); Publica «O Senhor Ventura» (contos); Publica o segundo volume do «Diário»;
1944 – Publica « Libertação» (poesia); Publica «Novos Contos da Montanha»; Publica «Porto» (conferência);
1945 – Sua mulher é nomeada professora da Faculdade de Letras de Lisboa;
1946 – Publica «Odes»; Publica o terceiro volume do Diário;
1947 – Por motivos políticos Andrée Crabée é demitida da Faculdade, por ordem de Salazar; Publica «Sinfonia» apreendido pela Polícia;

1948 – Morre sua Mãe;
1950 – Faz uma segunda viagem a França, Itália e Suíça e Espanha; Publica «Cântico do Homem »; Publica «Portugal»;
1951 – Volta a viajar por Espanha; Publica o quinto volume do Diário;
1952 – Publica Alguns Poemas Ibéricos;
1953 – faz um cruzeiro pelo Mediterrâneo; Publica o sexto volume do Diário;
1954 – Recusa o prémio literário atribuído por ocasião das Comemorações do centenário de Almeida Garrett; Vai ao Brasil a convite do Congresso de Escritores. Visita a Fazenda e locais onde viveu; Publica «Penas do Purgatório»;
1955 – Nasce a sua filha, Clara; Publica «Traço de União»;
1956 – Morre o Pai; Publica o sétimo volume do Diário;
1958 – É homenageado pelos colegas do Curso pelas Bodas de Prata de médico; Publica Orfeu Rebelde (poesia);
1959 – Publica o oitavo volume do Diário; Publica «Pedras Lavradas»; Publica o quinto volume do Diário; 1952 – Publica Alguns Poemas Ibéricos; 1953 – Faz um cruzeiro pelo Mediterrâneo;
1953 – Faz um cruzeiro pelo Mediterrâneo;
1953 – Faz uma viagem à Grécia e à Turquia, na companhia de outro grande amigo de sempre: o Dr. Fernando Vale, médico em Arganil, prestigiada figura da Oposição ao regime e mais tarde fundador do Partido Socialista. A amizade entre Miguel Torga e Fernando Vale durou longos anos e foi duma rara fidelidade;
1960 – É proposto para Prémio Nobel por Jean-Baptista Aquarone, especialista em Estudos Luso-Brasileiros da Faculdade de Montpellier;
1962 – Publica – Câmara Ardente;
1964 – Publica o nono volume do Diário;
1965 – Publica Poemas Ibéricos;
1968 – Publica o décimo volume do Diário;
1968 – Publica o décimo volume do Diário;
1974 – Sua Mulher é nomeada catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; Publica o XII Diário; Publica Fogo Preso;
1977 – Vai a Bruxelas para receber o Prémio Internacional de Poesia;
1978 – É novamente proposto para o Prémio Nobel da Literatura; Recebe a medalha de Honra da Associação Internacional de Reitores; 1978 – Homenageado na Fundação Calouste Gulbenkian, pelos cinquenta anos de actividade literária;
1979 – É homenageado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Carlos Reis profere a conferência “ Miguel Torga e o Paradigma Perdido;
1980 – Prémio Morgado de Mateus; Publica A Criação do Mundo – O Sexto Dia; 1981 – A 10 de Março de 1981, recebe o Prémio Montaigne, atribuído pela Fundação F.V.S. de Hamburgo (Alemanha) ;
1981 – Publica Antologia Poética, organizada por si;
1983 – Celebra as bodas de ouro de médico; Publica Diário XIII vol;
1984 – Viaja até ao México na companhia do seu amigo o Padre Valentim;
1987 – Publica Diário XIV vol.; A EMI – Valentim de Carvalho grava um disco com oitenta poemas de Miguel Torga, ditos pelo próprio;
1989 – Recebe o Prémio Camões, o mais importante galardão no âmbito da lusofonia. A cerimónia de entrega do prémio, presidida por Mário Soares, decorre em Ponta Delgada, nos Açores, durante as comemorações do 10 de Junho;
1990 – É homenageado em Paris, no âmbito das comemorações dos 700 anos da Fundação da Universidade de Coimbra; É homenageado pelo Instituto Alemão de Coimbra a propósito da edição na Alemanha de vários livros de Miguel Torga traduzidos.
1991 – A revista Le Cheval de Troie,de Bordéus , dedica-lhe um número especial; Publica Diário XV vol.;
1991 – A Associação Portuguesa de Escritores, propõe o seu nome para o Nobel;
1992 – Recebe o prémio Vida Literária, atribuído pela primeira vez pela Associação Portuguesa de Escritores e financiado pela Caixa Geral de Depósitos; É considerado a Personalidade do Ano, pela Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal; No Porto realiza-se um Encontro Internacional sobre a sua obra; Setembro de 1994, Andrée Cabrée Rocha lê a última mensagem pública do poeta; Morre no dia 17 de Janeiro de 1995.