Centenário de José Saramago nas Bibliotecas de Arganil

Caricatura de José Saramago com a sua assinatura

“As perguntas: «Quem és?» ou «Quem sou?» têm respostas fáceis: a pessoa conta a sua vida e assim se apresenta aos outros. A pergunta que não tem resposta formula-se de outra maneira: «Que sou eu?» Não «quem», mas «quê». Aquele que fizer essa pergunta enfrenta-se com uma página em branco e o pior é que não será capaz de escrever uma palavra que seja.”

in, O Caderno.

Entre 16 de novembro de 2021 e 16 de novembro de 2022 assinalou-se em todo o país o Centenário do nascimento de José Saramago, primeiro autor português a ser distinguido com o Prémio Nobel da Literatura.

Também na Rede de Bibliotecas do Concelho de Arganil se evocou Saramago e a sua obra, contribuindo para a consolidação da presença do escritor na história cultural e literária, em Portugal e no estrangeiro.  A exposição “Um olhar sobre a obra de José Saramago” esteve patente na Biblioteca Municipal de Arganil em novembro de 2021 e na Biblioteca Alberto Martins de Carvalho em julho de 2022. Para além de apresentar uma breve biografia do autor, a exposição teve como objetivo levar o público a descobrir ou a redescobrir os livros que Saramago escreveu ao longo da sua carreira literária.

De 20 de dezembro de 2021 a 10 de janeiro de 2022 Saramago voltou à Biblioteca Municipal de Arganil. Desta vez através da exposição “Caricaturas de José Saramago”, promovida pela Biblioteca Escolar do 1º Ciclo de Arganil.

Foi novamente relembrado na XXVII Feira do Livro de Arganil. Para além das caricaturas de Saramago, decorou o espaço “A maior flor do mundo”, alusiva ao conto infantil de Saramago com o mesmo nome. Este conto infantil foi lido e debatido com diversas turmas no âmbito do Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares.

O Nobel da Literatura português voltou a estar em destaque em junho, no âmbito da 5ª edição do Festival Literário Internacional do Interior. O painel realizado no dia 18 de junho, na Biblioteca Alberto Martins de Carvalho, teve como mote “Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida.”, frase da autoria de José Saramago, que levou os oradores e público a refletir sobre a esperança, a loucura e a liberdade e, ainda o papel que a literatura e a criação artística assumem, ou não, num mundo cada vez mais conturbado.

Ao longo deste ano foram feitos cerca de seis dezenas de empréstimos de livros da autoria de José Saramago. Os livros mais procurados pelos nossos leitores foram A maior flor do mundo e O memorial do convento. José Saramago, através da sua escrita muito própria, da sua vasta obra em que aborda temas fraturantes e polémicos é sem dúvida um autor que devemos relembrar e ocupa um lugar de grande destaque na história da literatura e cultura portuguesa.