O Cidadão

O escritor Simões Dias foi também um cidadão do seu tempo, comprometido com causas politicas, sociais e culturais. Destaca-se em particular o seu papel como professor e pedagogo, com diversas obras publicadas que influenciaram e formaram mais do que uma geração de estudantes.

A sua intervenção pública passou igualmente pelo jornalismo, tendo fundado ou dirigido diversos jornais de referência na área liberal. Em paralelo, empenha-se activamente na actividade partidária, tendo sido por diversas vezes eleito deputado. Revela-se excelente orador parlamentar, sobretudo em assuntos de instrução e pedagogia, mas desilude-se progressivamente da política.

No fim da vida isola-se e dedica-se por inteiro à organização de uma nova edição da sua obra maior: As Peninsulares.

1869: É nomeado professor da cadeira de português, francês e latim na cidade de Elvas, para onde vai viver. Colabora no jornal local Democracia.

1870: Escreve Estudos sobre a Literatura Espanhola Contemporânea. Morre, com 24 anos, a sua mulher. Desgostoso, muda-se para Lisboa, onde se relaciona com as mais representativas figuras das letras lisboetas.

1871: Em Abril estabelece-se em Viseu, como professor da cadeira de Oratória, Poética e Literatura no liceu local. Data desta época a sua entrada na política activa.

1872: Casa com Henriqueta de Lemos Meneses e Albuquerque. Dessa união progressivamente conflituosa  nascerá a sua única filha legítima, Judith de Meneses Simões Dias (teve também um filho ilegítimo, Tomás). Publica Compêndio de História Pátria, para as escolas primárias, e Compêndio de Poética e Estilo, mais tarde refundido em Teoria da Composição Literária (10 edições).

1875: Saem as Lições da Literatura Portuguesa, depois transformadas em História da Literatura Portuguesa (9 edições).
1877: Publica Espanha Moderna, edição revista e alargada de Estudos sobre a Literatura Espanhola.
1878: Funda o jornal “Observador”, jornal liberal e patriótico.
1879: Lança o “Districto de Viseu”, jornal que dirige durante oito anos. Empenha-se activamente na política e é eleito deputado às Cortes por Mangualde.
1880: Publica no Porto, A Instrução Secundária (discurso parlamentar).
1881: Publica Elementos da Oratória e Versificação Portuguesa, mas tarde refundido em História da Composição.
1884: É novamente eleito deputado.
1886: Muda-se definitivamente para Lisboa, onde é colocado como professor.
1887: É eleito deputado por Pombal. Dirige o jornal progressista “Correio da Noite”, em que colabora assiduamente até 1988.

1888: Funda, com Cândido de Figueiredo, Sanches Frias e outros, o inovador jornal diário “O Globo”, que dura até 1891.

1890: Eleito deputado por Mértola.

1891: Funda, com Oliveira Martins, o jornal “Tempo”.

1892: Separa-se da sua segunda mulher.

1895: Após o casamento de sua filha, o poeta fica só. Desiludido da política e desgostoso da vida, isola-se em casa, de onde apenas sai para as suas aulas ou para a visita dominical ao Visconde Sanches de Frias. Escreve Pedagogia Oficial, sobre a reforma do ensino liceal.

1899: Adoece gravemente e morre a 3 de Março, com apenas 55 anos de idade. É publicada, nesse mesmo ano, a 5ª edição das Peninsulares.