25 ANOS DO MANIFESTO DA UNESCO PARA AS BIBLIOTECAS PÚBLICAS
O manifesto da UNESCO para as Bibliotecas Públicas surge em 1994 num trabalho conjunto com a IFLA (International Federation Library Association)
A publicação deste Manifesto pretendeu reforçar a ideia da importância das Bibliotecas de Leitura Pública para a qualidade de vida das pessoas em todo o mundo. Aumentando o nível de literacia das populações aumenta também a capacidade critica perante o mundo em que vivemos, protegendo-nos melhor dos perigos que o mundo de hoje apresenta, resultante do grande volume de informação com que temos de lidar diariamente, tornando imperativo distinguir o que importa e o que nos pode prejudicar: notícias falsas, desatualizadas, publicidade enganosa são perigos constantes quando há dificuldade em compreender o código escrito.
Também o sucesso profissional e pessoal andam de mãos dadas com o nível de literacia que conseguimos atingir.
No mundo de hoje em que a capacidade intelectual suplantou verdadeiramente a força física, a riqueza da biblioteca mental é determinante para o sucesso e para o bem-estar individual ou em sociedade. A leitura é comprovadamente, como corroborado através de experiências científicas no campo da neurologia, o exercício mental mais completo para a saúde mental. Daí a importância das Bibliotecas Públicas enquanto serviços que oferecem as condições para aceder a toda a informação necessária para a construção de uma forte cidadania.
A Biblioteca Pública é assim a porta de acesso ao conhecimento, que obtemos através da informação a que acedemos, para todos sem excepção. A biblioteca pública presta um serviço gratuito e isento de qualquer tendência ideológica, politica ou religiosa. É um serviço público a que todos devem ter acesso. A Rede de Bibliotecas Públicas, seja Nacional ou Intermunicipal, é uma estratégia para a rentabilização dos recursos bibliográficos e equipamentos, de modo a chegar a um público cada vez mais alargado. Permite também ganhar escala nos projectos que apresenta dando-lhes maior visibilidade e tornando-os mais apetecíveis.
A formação de leitores desde a mais tenra idade até ao início da adolescência, envolvendo as famílias deve ser uma prioridade das Bibliotecas Públicas. Na verdade e apesar dos 30 anos da Rede Nacional de Leitura Pública, os Hábitos de Leitura em Portugal continuam longe de outros países onde o conceito de leitura pública é centenário.
Muito há a fazer e muitas estratégias a implementar para criar verdadeiras famílias leitoras que passem o hábito de Ler a filhos e netos. Fundamental é estarmos conscientes de que sucesso ou o fracasso da Rede Nacional de Leitura Pública, um dos projectos mais importantes da democracia, está nas mãos dos Bibliotecários, dos Executivos Camarários e dos Organismos que a tutelam.
Margarida Custódio Fróis