Os Estudos em Coimbra


Em 1914 António Nogueira Gonçalves ingressou no curso superior de Teologia no Seminário Maior de Coimbra.Recebeu Prima Fonsura e Ordens Menores em Dezembro de 1921, Subdiácono em 13 de Julho de 1924, Diácono em 7 de Março de 1925 e foi ordenado Presbítero em 26 de Julho de 1925, por D. Manuel Luís Coelho da Silva.

“De alguns alunos desse tempo sei eu que o fizeram por serem difíceis os tempos e verem a Igreja vilipendiada. É possível que Nogueira Gonçalves pertença a esse número. A fidelidade com que o longo da sua vida (…) tem servido a Religião e a Igreja está a demonstrá-lo. Talvez que na origem da sua vocação esteja a imagem de um tio Padre (…) Chamava-se Manuel Fernandes Nogueira…”

D. Manuel de Trindade-Almeida

Durante alguns meses exerceu o cargo de Adjunto da Secretaria do Bispado e posteriormente foi nomeado pároco de Friumes e São José das Lavegadas, no concelho de Penacova.

Em 1928 regressa a Coimbra e ingressa no quadro dos capelães da Sé Nova sendo nomeado Cerimoniário da Mitra. Foi também por esta altura que António Nogueira Gonçalves obteve o diploma de professor primário, dedicando-se durante anos, a ensinar na escola nocturna da Sé Nova. A sua acção não se limitava apenas à escola. Desde cedo revelou a sua propensão e curiosidade no estudo da Arqueologia e Arte, e dava longos passeios com os alunos na cidade ou nos concelhos mais próximos, visitando terras e monumentos.

“António Nogueira Gonçalves encontrou em Coimbra um ambiente propício aos estudos histórico-artísticos e, ao chegar à cidade, ainda aqui pontificavam figuras como o Doutor António Garcia Ribeiro de Vasconcelos, o Professor António Augusto Gonçalves, e Teixeira de Carvalho, relacionando-se, depois, com homens do gabarito de Vergílio Correia, Joaquim de Carvalho e Álvaro da Costa Pimpão, amigos e colegas nos bons e nos maus momentos.”

Pedro Dias in António Nogueira Gonçalves: nota biográfica, obra científica. Arganil: Câmara Municipal, 1992

“Há longos anos que vivo na cidade, e tão conimbricense me sinto como se nela tivesse nascido. Ela é o meu ambiente espiritual, ela é o meu natural meio de amizades, de simpatias. O encaminhamento do meu espírito, dos meus estudos, da minha curiosidade, para os assuntos artísticos levou a interessar-me tanto pela obra dos artistas do passado como pelas pessoas que nesta metade do século têm executado Arte em Coimbra; entre elas é que se encontram os meus amigos, é do meio delas que sinto vir as simpatias.”

Associação de antigos alunos da escola industrial e comercial de Brotero: Uma palestra do arqueólogo P. Nogueira Gonçalves in Eco Regional de 01.12.1962