Simões Dias
José Simões Dias nasceu em Benfeita do concelho de Arganil a 5 de Fevereiro de 1844. Aí fez os seus estudos primários, seguindo depois para Pedrógão Grande para casa de um parente onde vai iniciar os seus estudos de latim.
Em casa de um outro tio, também padre, prepara em Coimbra a entrada na Universidade. Por ser muito novo não se pode matricular, tendo a família o convencido a entrar no Seminário em Coimbra onde estuda Teologia. Aos 17 anos termina com distinção este curso. Contrariando a vontade da família não se ordena padre. Matricula-se na Universidade de Coimbra onde se licencia em 1868. Casa nesse mesmo ano com D. Guilhermina Simões da Conceição.
Vai para Elvas onde dá aulas de Português, Francês e Latim. Colabora com o jornal “Democracia”.
Em 1870 morre, com 24 anos, a sua mulher. Desgostoso deixa Elvas e vai viver para Lisboa onde se relaciona com a elite intelectual da capital.
Em Abril de 1871 vai viver para Viseu onde dá aulas de oratória, poética e literatura no liceu local.
Casa em 1872 com Henriqueta de Lemos Meneses e Albuquerque de quem teve uma filha. Publica o Compêndio de Poética e Estilo.
Comprometido com as causas politicas, sociais e culturais da sua época foi fundamentalmente professor e pedagogo com várias obras publicadas nesta área, mas para além da intervenção politica como deputado às cortes onde foi considerado um excelente orador na defesa da educação e pedagogia, foi também jornalista, tendo colaborado e dirigido vários jornais, para além de escritor e poeta.
Publica em 1875 “Lições de Literatura Portuguesa” e em 1877 “Espanha Moderna”. No ano de 1879 é eleito deputado às Cortes por Mangualde. Vai viver para Lisboa onde é colocado como professor.
Em 1887 é eleito deputado por Pombal e dirige o jornal progressista “Correio da Noite” em que colabora assiduamente até 1888. Funda com Cândido de Figueiredo, Sanches frias e outros o jornal “O Globo” que dura até 1891. Em 1890 é eleito deputado por Mértola; 1891 funda com Oliveira Martins o jornal “Tempo”. Em 1892 separa-se da segunda mulher. Após o casamento da filha em 1895 o poeta fica só. Doente, acaba por morrer aos 55 anos, a 3 de Março de 1899, ano em que é publicada a 5º edição de “As Peninsulares”.
Bibliografia:
Desde muito novo que Simões Dias iniciou a sua ação como escritor e poeta. Em 1863 publica o seu primeiro livro de poemas “Mundo Interior”. Segue-se “Sol à sombra” em 1864 e em 1968 “Coroa de amores” um livro de contos que mais tarde é reformulado e renomeado como “Figuras de Gesso”, que acolhe outros dois trabalhos: 1970 sai a 1ª edição de “As Peninsulares” a sua obra de poesia mais conhecida.
Em 1877 publica “Figuras de Cera” que inclui o romance “As mães” e “Histórias contemporâneas”. Em 1878 publica o romance “O pecado”. Em 1888 convida o seu amigo Visconde de Sanches Frias a colaborar, com uma biografia do autor, na edição reformulada de “As Peninsulares”.
Para além destes livros publicou ainda várias obras na área da pedagogia e também trabalhos sobre literatura espanhola.
No portal das Bibliotecas do Concelho de Arganil pode aceder a mais informação sobre Simões Dias. Poderá consultar a HEMEROTECA onde encontrará vários artigos publicados no jornal “A Comarca de Arganil” e ainda no CATÁLOGO CONCELHIO encontrará igualmente textos de Simões Dias.